terça-feira, 23 de setembro de 2014









Doce Brincadeira

Aguardando o vento que a faz escalar o céu,
Com seus lindos cabelos voando no ar.
De cores tão fortes a se encantar,
Segue ela prosa a guiar,

Como uma bailarina a dançar,
Linda,  exibida e orgulhosa.
No céu azulzinho limpo como só,
Suas cores gritam poderosa!

Pequena ou grande não importa,
As mãos que a puxam e as enrolam.
Se boas, cortam o céu sempre a brincar,
E os ventos a levam pro mais alto andar.

As doces memorias vão guardar,
A simples brincadeira,  encantar.
Apenas deixe solta, deixe voar,
A linda Pipa se elevar!












Nuvens de Zeus

As brisas  trazem lamentos,
Os ventos arrependimento.
O céu soluça pesado,
Desaba um choro cansado.
Sem  tréguas e contentamento,
Ouço dor e constrangimento.
Tão negras em seu tormento,
Se agrupam, se unem com o tempo.
Assustam, gritam, esbravejam,
Se chocam , se tocam , se enfrentam.
E clamam do alto do céu,
Proclamam  e jugam o réu.
Sentenciam se vive ou morre,
Do alto cumprem a sentença.
E dançam e cantam e cansam,
Escorrem!
Se afastam, com calmaria,
Clareiam,
Serenas e vazias.
E formam  imagens doces e calmas,
Já não as  mesmas de antes,

As nuvens de Zeus delirantes!



Perder

Não há mais lugar onde não possa ir
Aqui não acontece nada sem seu lembrar
Não temo mais nada
Agora é tudo novo
Há um infinito de sentimento
Eles brigam por minha atenção
Não existo sem eles
Mas você existe, em cada pensamento.
Lembranças venham me amar.
Histórias venham me amar.
Mudanças chegam para trazer
Uma nova brisa
E você é tão quente aqui dentro do meu peito
Não há lugar, não haverá, onde você não estará.
Eu era jovem, não sabia de nada.
Eu era tola, mais tola que hoje.
Talvez você me ame, e ame muito e ame mais.
Mesmo eu sendo assim;
Acabou o céu caiu na minha cabeça.
Aquele dia foi tão duro, eu quis morrer por você.
Eu acreditava em tudo que dizia.
A morte não é minha amiga
E eu não tenho mais tempo para ela
O nosso tempo aqui acabou.
Mas eu acredito no que disse e
Nesse amor, esse nosso amor, tão puro amor e mais.
Vamos trabalhar, vamos juntar nossas almas, vamos nos encontrar.
Você ouve o que te digo?
Pode me ouvir, saber meus pensamentos?
Acredite
Vou te amar, eu vou te amar, eu vou te amar mais.
Sei que não devo chorar
Não devo sofrer
Só aguardar esta nova brisa
Esse novo céu que se abre sobre mim
E acreditar quando diz
Que você me ama, você me ama e você me ama mais















Nuvens

Agora vejo um elefante
Em seu formato elegante
E caso passe um vento estabanado
Meu elefante  fica atravessado
Eu enxergo tudo ao longe
Deitando minha cabeça em um pequeno monte
Vejo cores, desenhos, criaturas.
Sonhos todos com ternura
Procuro em cada parte
E vejo todos os detalhes
Formando numa brincadeira interessante
Encontro formatos vibrantes
E brindo a cada nova descoberta
Riu com a boca aberta
Divirto-me com esta inocência
Acalentando meu coração
Quero tê-las em minhas mãos
As nuvens feitas de algodão.


Billy e Turbo

O incondicional.
O emocional.
O amor exemplar,
Só dar e dar,
Nada esperar;

Tocar, ouvir, cheirar,
Chorar ausência sua.
Chorar sua chegada.
Chorar de adorar.

Afago, carinho, acalanto,
Lamber todo o seu pranto,
E mesmo sem poder,
Defender todo seu ser.

O que eu sei fazer?
Amar ao  amanhecer;
Amar até entardecer;
E ao anoitecer,  te amar
















Devassidão

Quero este tormento,
Insônia de contentamento,
Buscar todo deleite.

Prendo seu corpo no meu,
Não há brio.
Sou cio.

Insaciável anseio,
A pele arde,
Desejo.

Seios macios,
Sexo rijo,
Gozo.

De novo e de novo...
Sempre, agora e mais.

Vício!













Garganta

A respiração alterada
Aguardo o momento
Sem dó ou consentimento
Chegam-me elas
A dor, sem cautela,
Engole-me, atropela,
Vira-me, engessa.
P A R A L I S A

E correm largadas,
Sem som, sem nada,
Apenas lavam meu rosto,
Com todo o desgosto,
Engulo as palavras,
Todas elas travadas,
A garganta apertada.
N Ó .

Quero vomitar em seu rosto
Todo este grande desgosto
Quero passar adiante
Toda a dor desgastante
Tudo guardado em meu peito
Esse veneno e tormento
Escarro de mim amargura
L O U C U R A

Cuspo todas  pra fora
Numa histeria eufórica
Golfejo versos, letras, termos
Cago pro seu gracejo
As letras me invadem
Saem por todos os cantos
Já não quero prantos
E S P A N T O

Faltou tudo
Faltou tanto
As palavras me fogem
Presas então na garganta
Apenas as lagrimas falam
Apenas as lagrimas calam
Lagrimas gritam.

A F L I Ç Ã O

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

La nuit Bohême



La nuit Bohême














O seu ar me sufoca;

Não sei se de amores ou dores.

A vastidão desse negrume infindo,

Engole-me e acolhe,

Tão quente e palpável,

Como um objeto

Tangível.

O que sinto?

Prazer...

Tanto na angustia que me causa,

Nos tempos que encobrem sua fortuna,

Que mais negra se torna,

Mais densa,

Mais triste,

Maldita!

Tanto no gozo que me germe;

Nos tempos de sua lua,

Nesse clamor de deleites,

Escorrem suar,

Saliva,

Seiva,

Bendita!

Boemia vadia de todos os artistas;

Toda a salvação está contida em ti.

Os amantes lascivos,

As ideias estapafúrdias,

As tristezas infinitas,

A alegria boba dos amigos,

Tudo está contido.

O inexorável prazer,

A imensidão da dor,

E tudo que os patuscos desejam,

Está contido.

Assumo meu vício!

Eu estou contida em ti.

Meu êxtase, minha libertinagem;

Todo meu pudor.

Sou noite!

Qualquer mistério é noite.

A noite feita de pequenos e infinitos mundos particulares.

A noite feita de todas as luxurias,

Todos os romances.

Noite feita do mais profundo eu,

Noite feita de breu,

Feita de solidão,

Feita de multidão!