quinta-feira, 5 de julho de 2012

CAOS


CAOS  06/07/2012

Cadê você caos, que ia me trazer tantos desatinos?
Aventuras de todas as cores e a liberdade libertina.
Onde foram parar toda a minha astucia todo o meu ímpeto
Cadê aquelas mudanças e aquela vontade transloucada de tirar o mundo do prumo?
Os dias passam pasmando e o cotidiano é o cotidiano
Vagam as horas cheias de um imenso vazio... tic tac tic tac tic tac
Perco-me um pouco mais e depois mais um pouco.
Não me reconheço em mim, já nem sei quem sou.
Tão responsável, tão chata, tão normal...
A normalidade me atormenta deveras, pois apesar de não fazer parte dela.
Ela megera quer fazer parte dos meus minutos, horas e dias... Intrusa!
E cada tempo que passo me vejo mais velha e menos louca...
Alimento-me do que vejo nos outros
As mesmas maravilhosas atitudes inquietantes
Me reconheço ali de alguma forma, me reconheço naquela vontade de expirar
Como se o hoje fosse ontem e já não há tempo a perde.
Dentro de mim a anarquia reina maravilhosamente,
E eu desejo apenas isso a anarquia plena e verdadeira.
Sem restrições absurdas de um mundo falido e hipócrita,
Sem burocracias sórdidas, sem esta normalidade bestial que nos torna tão desumanos.
Quero que todos possam ser
Quero que todos possam sentir
Quero que experimente tudo aquilo que lhes dá medo e vergonha
Para que o medo passe a ser coragem e a vergonha possa ser despudor
O mundo é feito de experimentos, é feito de novidades é feito de energia nova e vibrante.
Devo me adequar cada dia mais?
Não!
E é por isso que não me vejo pertencendo a lugar algum.
Estou sempre só, por que não consigo participar desta inequação.
Apesar de viver nela, não posso vive-la.
Já descobrir outro mundo maravilhoso para poder voltar à vida anterior,
Esta já não me pertence, pois minha mente se abriu para o inesgotável.
Para as possibilidades, para as verdades imensuráveis...
Como posso viver com um pé na realidade burguesa elitista antinatural
E um pé no caos absoluto evolutivo presumível.
Nós não caminhamos o caminho sensitivo natural.
O abominamos e fazemos o caminho contrario.
Sufocamos nossas sensações maravilhosas, e nos envergonhamos delas.
Eu também me vejo sufocada por esta realidade infame.
Pertenço a este mundo e devo por menos que queira participar dele.
Mas dentro de mim, ah, dentro de mim ninguém manda.
E eu sou pura desordem acalentadora.
A mais pura balburdia realizadora de sonhos.
Algazarra despudorada e feliz.
Sou um alarido de emoções em ebulição... Pronta a explodir!
Sou confusão... Ainda bem, sou caos!

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