CAOS 06/07/2012
Cadê você caos, que ia me trazer
tantos desatinos?
Aventuras de todas as cores e a
liberdade libertina.
Onde foram parar toda a minha
astucia todo o meu ímpeto
Cadê aquelas mudanças e aquela
vontade transloucada de tirar o mundo do prumo?
Os dias passam pasmando e o
cotidiano é o cotidiano
Vagam as horas cheias de um
imenso vazio... tic tac tic tac tic tac
Perco-me um pouco mais e depois
mais um pouco.
Não me reconheço em mim, já nem
sei quem sou.
Tão responsável, tão chata, tão
normal...
A normalidade me atormenta
deveras, pois apesar de não fazer parte dela.
Ela megera quer fazer parte dos
meus minutos, horas e dias... Intrusa!
E cada tempo que passo me vejo
mais velha e menos louca...
Alimento-me do que vejo nos
outros
As mesmas maravilhosas atitudes
inquietantes
Me reconheço ali de alguma forma,
me reconheço naquela vontade de expirar
Como se o hoje fosse ontem e já
não há tempo a perde.
Dentro de mim a anarquia reina
maravilhosamente,
E eu desejo apenas isso a
anarquia plena e verdadeira.
Sem restrições absurdas de um
mundo falido e hipócrita,
Sem burocracias sórdidas, sem
esta normalidade bestial que nos torna tão desumanos.
Quero que todos possam ser
Quero que todos possam sentir
Quero que experimente tudo aquilo
que lhes dá medo e vergonha
Para que o medo passe a ser
coragem e a vergonha possa ser despudor
O mundo é feito de experimentos,
é feito de novidades é feito de energia nova e vibrante.
Devo me adequar cada dia mais?
Não!
E é por isso que não me vejo pertencendo
a lugar algum.
Estou sempre só, por que não
consigo participar desta inequação.
Apesar de viver nela, não posso
vive-la.
Já descobrir outro mundo
maravilhoso para poder voltar à vida anterior,
Esta já não me pertence, pois
minha mente se abriu para o inesgotável.
Para as possibilidades, para as
verdades imensuráveis...
Como posso viver com um pé na realidade
burguesa elitista antinatural
E um pé no caos absoluto
evolutivo presumível.
Nós não caminhamos o caminho sensitivo
natural.
O abominamos e fazemos o caminho
contrario.
Sufocamos nossas sensações maravilhosas,
e nos envergonhamos delas.
Eu também me vejo sufocada por
esta realidade infame.
Pertenço a este mundo e devo por
menos que queira participar dele.
Mas dentro de mim, ah, dentro de
mim ninguém manda.
E eu sou pura desordem
acalentadora.
A mais pura balburdia realizadora
de sonhos.
Algazarra despudorada e feliz.
Sou um alarido de emoções em ebulição...
Pronta a explodir!
Sou confusão... Ainda bem, sou caos!