Sempre
fui da escuridão;
Trago nos lábios e nas
madeixas
O negro que há em mim;
Se aprofundarem nos meus
olhos,
Um poço sem fundo
acharão;
Se emaranharem em meus
cabelos,
As trilhas da noite vão
seguir;
Em todo o meu corpo há vestígios,
Sim, minhas noites não
tem luar,
E nas minhas matas
Que percorre todo o meu
corpo,
Só existe o breu, o lucífugo
véu;
Olhos abertos, olhos
fechados,
De nenhum jeito me enxergaram;
Por que eu sou toda
noturna,
Eu fui feita da
escuridão.
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