quarta-feira, 2 de maio de 2012

Eu 18/12/2002


Meu olhar é noturno,
Sempre fui da escuridão;
Trago nos lábios e nas madeixas 
O negro que há em mim;
Se aprofundarem nos meus olhos,
Um poço sem fundo acharão;
Se emaranharem em meus cabelos,
As trilhas da noite vão seguir;
Em todo o meu corpo há vestígios,
Sim, minhas noites não tem luar,
E nas minhas matas
Que percorre todo o meu corpo,
Só existe o breu, o lucífugo véu;
Olhos abertos, olhos fechados,
De nenhum jeito me enxergaram;
Por que eu sou toda noturna,
Eu fui feita da escuridão.

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